Jogar Polo não é para qualquer um

O Polo é um dos esportes mais antigos praticados no Brasil. Os primeiros relatos aconteceram em 1920, no Rio de Janeiro, quando os ingleses fundaram o Gávea Polo e Golf Clube. Hoje, o estado fluminense é um dos quatro estados que mais praticam o esporte. São Paulo é o estado que apresenta hoje mais praticantes, sendo a atual sede da Confederação Brasileira de Polo.

Além de Rio de Janeiro e São Paulo, o Polo equestre também é praticado no Distrito Federal e no Rio Grande do Sul. Apesar de não ser o mais conhecido, muitas competições de Polo agitam o calendário aqui no país como a Copa Moroni, Aberto do Estado de São Paulo, Copa Brasil e o Campeonato Brasileiro, principal torneio e que reúne os melhores clubes do país.

Considerado o “jogo dos príncipes”, o polo é um jogo muito antigo. Sua origem não está clara mas relatos informam que há 600 anos antes de Cristo, no Tibete, havia um costume conhecido como “caça ao rato almiscarado” que ocorria algumas vezes ao ano. Soldados e civis ingleses foram os primeiros ocidentais s a praticarem Polo, no século IX.

No país penta campeão do mundo, o futebol é disparado o principal esporte, o mais conhecido, que tem maior visibilidade e recebe os maiores investimentos. Por outro lado, outros esportes como o basquete, handball, ginástica olímpica, ping-pong, etc, raramente têm espaço na mídia e recebem pouco patrocínio.
Mas se para muitos atletas isso pode representar dificuldade financeira, há modalidades esportivas em que obter investimento externo é dispensável. O polo, por exemplo, é um esporte onde o círculo de praticantes é pequeno e, para os quais, manter assim é o mais importante. Pelo contrário, em “esportes de elite”, é preciso possuir uma estrutura que não é barata. Para ter os próprios equipamentos, uniformes e animais, estima-se que o investimento necessário para quem quer jogar Polo, é de mais de R$ 500 mil.

Segundo dados do Haras Polo Brasil, um bom animal pode chegar a custar R$ 50 mil, isso sem contar nos custos com caminhões climatizados para as provas, alimentação, limpeza, vacina, tosa e treinamentos, medidas que elevam o custo do esporte exponencialmente.

É por isso que o o polo faz parte de um mundo muito seleto de esportistas. Por exemplo, na Copa de Ouro, da Argentina, que assim como o festejado torneio de Palermo, é um dos mais competitivos do mundo, o público que acompanha o evento, normalmente é formado por presidentes de conglomerados financeiros e grandes empresários.

Esporte preferido da realeza britânica, o polo é mais exclusivo que qualquer outro esporte. É por isso que, no Brasil e no mundo, quase todos os jogadores carregam sobrenomes conhecidos na alta sociedade.

Por essas razões, este é um dos ramos esportivos menos conhecidos no país. Estima-se que, hoje, no Brasil, não existam menos de 500 jogadores de Polo, a maioria grandes milionários. Mesmo assim, os atletas brasileiros estão entre os mais festejados da modalidade em todo mundo, muitos deles tão respeitados quanto Ronaldinho no futebol e Gustavo Kuerten no tênis.

Batistuta, o craque do futebol que virou artilheiro do Polo
A aposentadoria é um momento muito importante na vida de todo o ser humano. É o período de merecido descanso com compensação financeira depois de anos de trabalho duro. Mas parar de trabalhar e se aposentar nem sempre é uma escolha fácil. Muitos trabalhadores estranham este momento, sentem falta da ocupação e, muitas vezes, até entram em depressão.
No esporte esse choque de realidade é bem comum, com um agravante: a carreira do esportista é menor ainda. Dependendo do esporte, muitos atletas param de trabalhar aos 30 e poucos anos. E interromper aquele ciclo onde viveu desde a adolescência, muitas vezes é frustrante. Por isso, é muito comum, ex-atletas continuarem se ocupando com o esporte depois da aposentadoria, seja como treinador, empresário, dirigente, dono de time e até alongando a carreira mas em outro esporte.

A aposentadoria faz muitos atletas buscarem novas ocupações, mesmo que as vezes não tenha muito a ver com o esporte que antes praticava. No futebol, vemos vários ex-craques que viraram empresários e até donos de times como Ronaldo Fenômeno, que comprou, recentemente, 51% das ações do Valladolid, time da liga espanhola. É normal grandes esportistas não conseguirem ficar longe de uma disputa, mesmo que em esporte diferente. Como é o caso do super velocista Usain Bolt que virou jogador de futebol depois de se aposentar das pistas de corrida, ou então Michael Jordan, o maior jogador de basquete de todos os tempos, que se aventurou pelos gramados do beisebol depois de anunciar sua primeira aposentadoria. Aliás, Jordan também é dono de um time da NBA, o Charlot Hornets.

Quem não se lembra de Gabriel Batistuta. Um dos grandes atacantes do futebol argentino na década de 90, incomodou muito os jogadores brasileiros durante uma década. Sempre goleador, foi destaque na última conquista da Argentina no futebol, a Copa América de 1993. Também brilhou no futebol italiano com as camisas da Roma e Fiorentina. Depois de se tornar um aposentado do futebol, Batistuta resolvei entrar para o clube dos jogadores de Polo.

Aliás, o esporte é muito forte no país vizinho e existem diversas competições que envolvem jogadores do esporte e até convidados. Foi o caso de Batistuta, que aproveita sua aposentadoria para atuar em torneio de convidados. Ele, inclusive, já foi até campeão pelo time de Polo do Boca Juniors.