A temporada brasileira começou no Rio Grande do Sul. Foram os torneios nas cidades de Osório, Viamão e Bagé que inauguraram o calendário de competições nacionais em 2016.
Fernando Delabary, jogador de polo com participação frequente em campeonatos no Rio Grande do Sul, foi entrevistado pelo 30jardas e comentou mais sobre a temporada local. Delabary, campeão do Torneio de Bagé com a equipe Estância Felicidade, também analisou o intercâmbio com polistas que atuam em outras regiões.
Confira abaixo a entrevista feita por e-mail:
30jardas: Como você avalia o calendário de 2016 no Rio Grande do Sul, em comparação com temporadas anteriores?
Fernando Delabary: Esta temporada iniciou inovadora e com uma evolução notável para o polo do Rio Grande do Sul. Nos últimos anos tínhamos apenas o torneio de verão do Parque Osório e nada mais até o torneio de maio em Uruguaiana, que tradicionalmente encerra o primeiro semestre de polo aqui.
Em 2016 tivemos o torneio da Estância Felicidade de 6 gols de handicap e o torneio de Bagé de 10 gols, o que estimulou muitos jogadores para que cuidassem de sua tropa e planejassem a participação nestes campeonatos, que estão entre os mais fortes da região.
30jardas: Qual é a preparação adequada para administrar a estrutura neste início com diversos torneios?
Fernando Delabary: Acredito que a preparação e organização para estes torneios precisa de tempo e planejamento. Neste ano, tudo é novo e acho que para o próximo ano algumas coisas serão diferentes. Aqui no Rio Grande do Sul temos algumas particularidades que exigem uma preparação detalhada para eleger quais os torneios participar, em especial as distâncias entre as competições e o desgaste dos animais nestes deslocamentos.
Particularmente, este ano optei pelo torneio da Estância Felicidade para aprontar a tropa e finalizar no torneio de Bagé. Sobre a organização, acho que melhorou muito para esses torneios, visto que três meses antes já tínhamos as equipes participantes praticamente certas e o principal: algumas formações já se organizando para os torneios do próximo ano.
30jardas: Enquanto o Rio Grande do Sul recebe frequentemente jogadores de outros locais, nem sempre os polistas da região conseguem atuar nas competições em São Paulo. Acha que esse intercâmbio faz falta?
Fernando Delabary: No meu ponto de vista, a diferença entre o Rio Grande do Sul receber jogadores de fora e ver poucos polistas gaúchos atuando em outros lugares, é que a grande maioria dos visitantes são jogadores profissionais que, pela diferença de calendário, acabam vindo jogar aqui para manter a atividade. Para alguns atletas daqui, jogar fora pode se tornar oneroso em função dos deslocamentos da tropa e dos peticeiros. Além do que os jogadores daqui têm suas atividades profissionais que às vezes não permitem deslocamentos por um período de tempo mais longo.
Em relação ao intercâmbio dos jogadores, acho espetacular. Tomando por exemplo o torneio de Bagé, temos jogando aqui polistas do nível de Leandro Rodrigues, Gustavo Garcia, Guiga Lins, Xande Ribeiro, Preto Castilho, Nico Silva e Matias Carrique, entre outros. Entrar em campo com esses jogadores é o maior estímulo para que os demais jogadores se organizem e queiram melhorar sua tropa e seu taqueio para jogar num nível mais alto.
30jardas: Quais os seus planos para esta temporada? Que torneios pretende jogar?
Fernando Delabary: Meu planejamento, como em todos os anos, visa o torneio de final de ano em Uruguaiana, onde tenho participado ininterruptamente desde 2001. Em Uruguaiana me preparo para jogar dois torneios, um de menor handicap, o qual uso como teste para os cavalos novos, e um mais forte, onde uso a tropa mais experiente. Desde o final de 2014 tenho um local para cuidar e preparar minha tropa e, quando se faz isso em casa, o resultado é muito melhor. Desta forma espero chegar ao final do ano com os animais que estrearam essa temporada jogando os torneios mais altos e com os animais que estão iniciando as práticas agora debutando nas competições de baixo handicap.
